SOBRE
ANDRÉ AMAHRO (1965, Fortaleza|CE)
Ator e diretor formado pela Fundação Brasileira de Teatro, onde estudou com a atriz Dulcina de Moraes, e Mestre em Arte pela Universidade de Brasília, André Amahro dedica-se à atividade teatral há 40 anos. Nesse período, interpretou, dirigiu e produziu dezenas de peças teatrais; dirigiu óperas, escreveu textos de gêneros diversos; elaborou e executou projetos de cenografia, figurino e iluminação; lecionou em escolas de artes cênicas; integrou elencos de curtas e longas-metragens e participou de festivais e eventos nacionais e internacionais de teatro, com vários prêmios recebidos. Foi aluno de Ariane Mnouchkine, em diversos estágios do Théâtre du Soleil, e de Eugenio Barba (fundador da Escola Internacional de Antropologia Teatral e diretor do Odin Teatret), de quem tornou-se colaborador no Brasil.
Motivado pelo elo conceitual entre o teatro e o caleidoscópio, André Amahro criou, em 1994, o Teatro Caleidoscópio, um projeto de pesquisa independente em que o brinquedo é utilizado como referência de sistemas dinâmicos, graus de expressividade, padrões de movimento e de energia que os atores buscam apurar em seus laboratórios. Em 2007, publicou os seus primeiros postulados no livro Teatro Caleidoscópio: o teatro por-fazer, em que mapeia o seu universo teórico e analisa os espetáculos realizados durante os treze primeiros anos de experimentação. O tema foi aprofundado nos anos seguintes, no âmbito das suas pesquisas de Mestrado. A sua dissertação O espírito caleidoscópico e o espetáculo cênico [publicada em 2024 sob o título Viagem ao anel giratório] buscou identificar a presença do espírito caleidoscópico no Teatro e as suas ressonâncias estéticas na produção teatral contemporânea.
De 2002 a 2012, o Teatro Caleidoscópio funcionou em espaço próprio, desenvolvendo suas atividades com autonomia. Nessa década, André Amahro dividiu as funções de diretor e empresário com as de professor, cenógrafo, figurinista, iluminador, produtor, divulgador, entre outras múltiplas funções que o tornaram uma das expressões mais ativas do cenário teatral de Brasília, com trabalho singular e diferenciado. De 1994 até agora, o grupo produziu 25 espetáculos, dos quais 13 foram encenadas em sua sede. [Ver seção TEATRO CALEIDOSCÓPIO]
André Amahro é membro da Brewster Kaleidoscope Society, entidade internacional fundada pela colecionadora americana Cozy Baker para reunir fabricantes e entusiastas do caleidoscópio do mundo inteiro.
Tornou-se editor de livros e, em parceria com a Editora Dulcina, lançou livros importantes de autores como Eugenio Barba, Peter Brook, Julia Varley e Jerzy Grotowski.
O nome de André Amahro está associado a uma larga trajetória no teatro, mas sua experiência artística estende-se à fotografia e ao cinema. Em 2013 iniciou estudos em Cinematografia na Academia Internacional de Cinema de São Paulo. Em um curso intensivo de férias, produziu seu primeiro curta-metragem como Diretor de Fotografia e Editor.
No mesmo ano, foi para Madri onde estudou por dois anos na Escuela Superior de Artes y Espetáculos – TAI. Especializou-se em Direção de Fotografia e Cinema Documentário e Experimental. Durante esse período acadêmico, integrou a equipe fotográfica de curtas-metragens, destacando-se como Diretor de Fotografia no filme Paraíso, dirigido por Miguel Mejias Perez. Também dirigiu e montou filmes experimentais de curta duração (ver seção CINEMA). Retornou à Academia Internacional de Cinema de São Paulo, onde concluiu estudos avançados de Direção de Fotografia.
Ainda no cinema, André Amahro foi ator em filmes de Betse de Paula, Renato Barbieri, André Luiz Oliveira, Erik de Castro, Mauro Giuntini, Filipe Gontijo, Santiago Dellape, Gustavo Galvão, Adriana Vasconcelos, Joana Limongi, Ricardo Viana, entre outros.
Sua experiência como fotógrafo começou em 2014. Mas foi em março de 2016 que realizou sua primeira exposição individual de fotografia, a convite do Espaço Cultural Alexandre Innecco, em Brasília. A mostra permaneceu em exibição por um mês, sendo reexibida parcialmente na Mostra Coletiva Quadrantes 2, em 2017, na Galeria do 10º andar da Câmara dos Deputados. São imagens independentes, mas que podem assumir novas direções poéticas quando colocadas uma ao lado da outra. Intencionalmente monocromáticas, as fotografias passeiam por atmosferas emocionais que ora traçam um cenário solitário da condição humana ora lançam o espectador em paisagens quase pictóricas. Também participou da coletiva Obra Xerox, realizada em 2023, no Museu de Arte de Brasília, com colagens digitais.
Na literatura, André Amaro destaca-se como poeta, dramaturgo e escritor. Participou de antologias poéticas e, em 2020, recebeu uma distinção no Prêmio Mundial de Poesia Nosside, na categoria Poesia em Video, com o poema O Sentido da Vida. O Prêmio Mundial Nosside, plurilinguístico e multimedia (envolve 100 países, em cinco línguas oficiais: italiano, inglês, espanhol, francês e português) é o único concurso global para uma obra inédita e jamais premiada no mundo, sem fronteiras de línguas e de formas de comunicação e faz parte do Diretório Mundial de Poesia da Unesco. Em 2023, lançou o projeto editorial Triciclo: arte móvel para passeio, que reúne três campos de atuação do autor – literatura, fotografia e música - em um só livro. Contos e audiocontos, séries fotográficas e um álbum fonográfico de dez canções fazem parte desse tríplice farnel artístico com acessibilidade para cegos.
André Amahro é também jornalista e bacharel em Sociologia, diplomado pela Universidade de Brasília. Foi diretor do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados por 10 anos. Em 2012 integrou o Núcleo de Documentários da TV Câmara e ali dirigiu dois programas de homenagem aos 100 anos de Nelson Rodrigues e de Tomie Ohtake. Na Rádio Câmara, onde trabalha atualmente, apresentou os programas Trilha das Artes, divulgando o trabalho de artistas brasileiros, e Esquina do Jazz, apresentando grupos e nomes nacionais e estrangeiros ligados ao gênero. Também na TV Câmara apresentou o programa Talentos Brasil, com a participação de grupos musicais de todo o Brasil.
Foi ainda criador e professor-coordenador do Bacharelado em Teatro do Centro Universitário IESB, em Brasília.